Manejo Zootécnico e Instalações

 Manejo Zootécnico e Instalações

  As rãs são divididas em quatro estágios: Estágio de reprodução, larvicultura, engorda inicial e engorda final. Irei falar um pouco mais sobre cada um destes estágios para que haja melhor compreensão. Existem diferentes setores dentro de um ranário convencional para que todas essas fases aconteçam de maneira adequada. 

  No estágio de reprodução, são colocados machos e fêmeas aptos ao acasalamento. Este setor é composto pela área de mantença onde existem baias separadas para machos e fêmeas que normalmente apresentam peso médio entre 400 a 500g, também lá existe a área de acasalamento, com pequenas piscinas também dominadas de motel. Ele pode ser considerado o setor mais importante, pois a partir dele há toda a prática e planejamento da produção. 


  Mesmo o Brasil tendo tamanho continental (fazendo com que tenha diversas temperaturas e regiões completamente diferentes) dá pra fazer um bom manejo caso seja feito corretamente, por exemplo em regiões frias havendo o controle de temperatura do ambiente correto, é possível produção o ano inteiro. A estrutura utilizada é o modelo semi-seco para as baias de mantença de reprodutores. E nas áreas de acasalamento, normalmente baias coletivas com muitas piscinas para formação de casais. A seleção de acasalamento ocorre de maneria natural, ou seja, sem interferência humana, porém se faz um cálculo onde se coloca a proporção de 1:2 ou 1:3, ou seja, um macho para cada duas fêmeas ou um macho para três fêmeas.

  Na fase de larvicultura, também conhecido como girinagem, é bem diversificado, pois o girino possui diferentes cuidados à medida que se desenvolve. O início é na área de embrionagem composta por pequenos tanques ou caixas d'água que acomodarão as desovas vindas do setor de reprodução. Assim que o girino eclode, é chamado de larva inicial, nessa fase eles não têm aparato de digestório próprio (que permite à absorção de alimentos exógenos), presença de brânquias externas nas laterais do corpo e bolsa vitelínica externa. Depois de cinco a sete dias, todo o vitelo desaparece e as brânquias se interiorizam e passam a ser chamados de G2 e procuram por alimentos no ambiente aquático. 

  Ele é transferido para tanques maiores chamados de área de crescimento e desenvolvimento larval, após alguns dias ele começa a apresentar pernas na região próxima a inserção da cauda (varia de acordo com o manejo empregado) e ele passa a ser chamado de G3, com esta característica, convém ser separado dos demais por estar próximo o final da metamorfose. À medida que os animais vão apresentando estas características são separados em outra área, chamada área de metamorfose, onde há pequenos tanques, plantas aquáticas e pouca água pois eles estão na fase de transição para o meio terrestre.

 No estágio de engorda inicial alguns fatores devem ser observados, como por exemplo a renovação da água dos tanques e a coleta de animais mortos para evitar contaminação dos alimentos e da água e posteriormente a intoxicação deles. O protocolo de alimentação segue estas etapas: - Alimento natural representado pelo perifiton encontrado nas raízes dos aguapés, fito e zooplâncton na água, musgo nas paredes laterais e pedaços de frutas ou legumes colocados na superfície dos tanques no período noturno, essa alimentação estará todo o tempo nos tanques. - Alimento artificial seria a ração comercial para peixes em pó com 28% de proteína bruta. Deve ser calculada usando-se 5% do peso da biomassa/dia para os tanques naturais de crescimento e engorda e 12% para os tanques artificiais. A cada 15 dias deve ser verificado o aspecto dos animais para ver se houve ganho de peso dos animais durante o período e avaliar os ajustes necessários.



   Na engorda final ou terminação, o peso de abate é alcançado em três ou quatro meses, tendo no total o ciclo de seis a sete meses. No início dessa última fase, eles iniciam com em torno de 50 gramas e já são chamados de rãs e finalizam com peso variando de 200 a 280 gramas, esta variação ocorre de acordo com o clima ou manejo.

   O tanque ilha é um sistema semi-seco de engorda, formado por uma baia de formato quadrado com grandes dimensões e com áreas secas nas grandes extremidades, uma área alagada posteriormente e uma área seca (ilha) no interior. Antigamente se depositavam carcaças de animais, com o objetivo de produção de larvas de insetos para alimentação das rãs e lâmpadas para atração de insetos noturnos. Não havia distinção entre as fases, por isso acontecia o canibalismo que é um ato natural da rã touro, porém acontecia de forma exagerada, só na década de oitenta, três diferentes sistemas semi-secos surgiram. 

   Um desenvolvido pela Universidade Federal de Uberlândia que era constituído de baias em formato retangular, 40% de área total alagada e o restante por piso acimentado sem presença de cochos e a ração era colocada no piso de cimento. Outro sistema desenvolvido foi o anfigranja pela Universidade de Viçosa que tem baias em formato retangular compridas (estreitas lateralmente) e elementos dispostos em sequência linearmente. O terceiro sistema (e último) ranabox desenvolvido por uma empresa sediada em Betim - MG onde as baias são sobrepostas verticalmente, para economizar espaço físico e no interior das baias, utilizavam o padrão das anfigranjas.




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